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Monday, July 26, 2010

Mapa viário do Sul de Portugal (1ª metade séc. XVIII)



Rede viária reconstituída a partir da implantação sistemática dos itinerários do Roteiro Terrestre de Portugal, do Padre João Baptista de Castro. (2ª Edição do Mapa de Portugal deste autor, 1763). Ver a transcrição do original neste blog.

O Roteiro, segundo o seu autor, baseia-se fundamentalmente: num inquérito aos serviços regionais do Correio-Mor do Reino (c. 1725-ante quem1743) e num inquérito ordenado por Filipe IV em 1638.

Considero que a reconstituição corresponde ao fundamental da rede viária oficial do Estado Português entre c. 1580 e 1755, sendo uma grande parte dos seus elementos mantida posteriormente até c. 1860/1920.

O mapa não representa a totalidade da rede viária importante na época. Faltam:
  •  As estradas internacionais;
  • A totalidade da rede viária inter-concelhia;
  • Os caminhos regionais organizados à parte dos centros urbanos;
  • Parte da rede radial dos lugares centrais de Évora e, sobretudo, de Beja.

A implantação da rede viária baseia-se: na Carta Corográfica de Portugal (CCP) de 1856-1904; na Carta Agrícola de Portugal (CAP) de 1856-1904; e na Carta Militar de Portugal (CMP,1ª ed. c.  1940/50 e 2ª ed. c. 1980). O referencial geográfico do mapa é a CMP.

Na versão actual os troços viários são generalizações geográficas na sua grande maioria. Os entroncamentos ou cruzamentos entre troços estão porém implantados, mesmo quando não  correspondem a estações de itinerários.

Tal como João Baptista de Castro refere, os valores das distâncias (em léguas) das etapas dos itinerários estão muito longe de merecerem confiança: a incerteza e variabilidade do valor da légua; a
grosseira imprecisão das medições; e os erros de transmissão tornam estes valores virtualmente inúteis como
medida das distâncias reais.

Esses valores têm, porém, um valor insubstituível no estudo da percepção das distâncias terrestres, no contexto histórico dos transportes e comunicações pré-industriais, pedestres ou por tracção ou dorso animal.

Elementos quantitativos da rede viária reconstituída
221 ligações ou troços viários, excluindo alternativas.
170 nodos ou povoações, das quais:
  • 1 origem exclusiva de itinerários (Lisboa).
  • 30 destinos de itinerários (dos quais 7 geradores de itinerários regionais e 23 não geradores).
  • 128 estações de etapas.

1 comment:

  1. Caro amigo, desde novo que me fascina o mundo romano com particular interesse o existente no nosso país. Depois de ter conhecimento do seu explendoroso e brilhante estudo sobre Balsa, e estando de férias no Algarve, decidi fazer uma visita ( a possivel ) ao local da antiga Balsa. Depois de chegar e já junto á Quinta da Torre de Aires apercebi-me que estavam dois topografos a demarcar o terreno a través da colocação de estacas c referencias em fita balizadora.
    Eles disseram-me que nem sabiam existirem ali quaiquer ruinas! Todavia, se realmente não eram parte integrante do seu projecto, aqui fica o alerta!!!!
    Parabens pela vontade e insistencia na procura da preservação do nosso património. Nunca será em vão!

    JF

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